11 de dezembro de 2010

Mais de 1000 pessoas participam do I Festival Interunesp Contra as Opressões numa resposta ao “rodeio das gordas” e à política repressiva da reitoria

A construção do festival foi marcada por uma ampla campanha, que envolveu o apoio de diversos setores (veja no blog: http://dceunespfatec.blogspot.com/), além de várias manifestações políticas e culturais (http://www.youtube.com/watch?v=dTCt4-RMHTA). Mesmo com o esforço da reitoria da UNESP para impedir que acontecesse, realizou-se com grande êxito nos dias 03 e 04 de dezembro no campus da UNESP de Marília o “I Festival Inter UNESP Contra as Opressões”. Até mesmo a grande imprensa noticiou a truculência da reitoria, como a Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/saber/840594-ato-de-estudantes-contra-o-preconceito-causa-polemica-com-reitoria-daunesp.shtml) e o Portal IG (http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/estudantes+da+unesp+organizam+festival+contra+rodeio+das+gordas/n1237846952846.html). Nem a proibição e a ameaça de punição por parte da reitoria, nem a falta de recursos, nem a pressão do final do semestre para “deixar para o ano que vem”, nem a chiadeira dos setores mais conservadores da universidade foram capazes de barrar a indignação e o espírito combativo dos estudantes da UNESP frente ao repulsivo “rodeio das gordas” e a escalada dos casos de homofobia e racismo dentro e fora das universidades. Não nos conformamos com a universidade opressora, preconceituosa e elitista que temos hoje. Ao senhor Herman, reitor da Unesp, dizemos: o “I Festival InterUnesp Contra as Opressões” é expressão da primeira batalha do movimento estudantil combativo da Unesp, na guerra contra as opressões.
Batalharemos para que seja o primeiro de muitos. Somos por uma universidade acessível a toda população e que coloque seu conhecimento a serviço do fim das opressões e explorações, inclusive em sua estrutura e ambiente.
Além dos estudantes do próprio campus de Marília, participaram outros dos campus de Rio Preto, Araraquara, Ourinhos, Botucatu, Franca, Assis, Rio Claro, além de estudantes da USP, com uma destacada delegação de estudantes do CRUSP que estão por moradia, contra a expulsão dos estudantes que Rodas está ameaçando e denunciando a omissão de socorro da reitoria ao estudante Samuel de Souza que morreu na universidade. Também vieram estudantes da UNICAMP e da Fundação Sto André, onde o Diretório Acadêmico (DAFafil) e alguns estudantes estão sendo punidos por lutarem pela redução das enormes mensalidades e em defesa dos que não possuem condições de pagá-las. Estiveram presentes também uma delegação da Chapa 1 do Sintusp, que venceu as eleições desse combativo e aliado Sindicato com 76% dos votos. Como a direção da faculdade não liberou o espaço das salas de aula para as pessoas se alojarem, barracas foram montadas nos gramados. Estudantes e jovens da cidade de Marília, que em sua imensa maioria são impossibilitados de estudarem na UNESP como reflexo do elitismo do vestibular, e também não frequentam os espaços da universidade pública, que cada vez mais se fecha para a comunidade, também compareceram em número significativo. Nos dois dias de festival, circularam mais de 1000 pessoas nas atividades, o que mostra a profundidade da indignação das pessoas e o profundo êxito da atividade político-cultural impulsionada pelo DCE.
À reitoria e aos demais setores que conservam a opressão na universidade e na sociedade em geral deixamos bem claro que não nos calaremos diante de suas ameaças. Esse festival, que foi organizado em pouco mais de duas semanas de forma independente pelos estudantes e que acabou sem qualquer incidente ou depredação da faculdade rebatendo as críticas preconceituosas neste sentido, mostra que estamos dispostos a ir até o final para que casos como o do “rodeio das gordas” não aconteçam de novo e para que as dezenas de agressores sejam punidos. No campo adversário dos direitos democráticos dos oprimidos estão também setores da mídia como é o caso do Nesse sentido, rechaçamos o conteúdo discriminatório do jornal Correio Mariliense que no domingo, 05 de dezembro, publicou matéria com o título “UNESP de Marília vira ‘terra de ninguém’ em festival proibido” (http://www.correiomariliense.com.br/materia.php?materia=9348 e http://www.correiomariliense.com.br/materia.php?materia=9384) com conteúdo que prepara a opinião pública e praticamente convoca a direção do campus para punir os estudantes responsáveis.
A abertura do Festival aconteceu no fim da tarde de sexta-feira com a apresentação, pela companhia Mobiles de teatro, da peça Brutas Flores no saguão do prédio de aulas, relatando a opressão cotidiana que sofrem as mulheres.
Em seguida, a relação da arte com a política, e o papel que o artista pode cumprir, tanto na sociedade em geral, como no movimento estudantil, foram tratados em debate organizado no Diretório Acadêmico.

Durante toda à noite de sexta-feira, já circularam mais de 500 pessoas, e tocaram várias bandas com distintos estilos musicais se apresentaram até de manhã no palco principal montado na quadra da faculdade. As fotos de Felipe Selles mostram bem o clima do festival:





































No sábado, as atividades foram retomadas às 15h com o debate “Machismo, Homofobia e Racismo na Universidade” do qual participaram Thiago Sabatine, da Associação de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis e Transexuais de Marília (ALGBTT), Milton Barbosa, do Movimento Negro Unificado (MNU), Babi, estudante da Unesp de Rio Claro e do Grupo de Mulheres Pão e Rosas, Marília, estudante da Unesp de Rio Preto e membro do DCE e Carlos Latuff, cartunista conhecido mundialmente por colocar suas obras a serviço da luta dos setores oprimidos e explorados. Como forma de expressar os setores que lutam, a mesa foi em homenagem ao estudante de filosofia, morador do CRUSP, Samuel Souza, de 41 anos, que morreu na última quinta-feira (02/12) dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP), por omissão de socorro da reitoria, do resgate, da guarda e do hospital universitário que, mesmo chamados, não apareceram para garantir a vida do estudante, que teve seu corpo estirado, dentro da USP por 6 horas.
O debate, além de aprofundar a análise sobre as distintas formas em que se reproduzem as opressões, contextualizou o tema frente a conjuntura nacional na qual percebemos o ressurgir dos setores mais conservadores e preconceituosos da sociedade estimulados pelo papel reacionário de Dilma e Serra que durante as eleições disputaram quem atacaria mais os direitos democráticos das mulheres e dos homossexuais, avançando no atrelamento do Estado com a Igreja, na criminalização do aborto e no combate ao casamento igualitário. Latuff, morador e ativista do Rio de Janeiro, trouxe para o debate o relato sobre a ocupação policial e militar nos morros e favelas cariocas, denunciando a violência com que a população vem sendo tratada, a relação umbilical do Estado e da Policia com o tráfico de drogas e armas e o papel criminoso que cumpre a grande mídia em legitimar a ação assassina das forças de repressão. Saímos do debate com a importante tarefa de reforçar a luta pela ampliação dos diretos democráticos dos oprimidos e o embate decisivo com os setores conservadores que começam a se organizar.
Depois disso, as bandas voltaram a se apresentar no palco enquanto eram realizadas oficinas e Latuff e outros artistas deixavam suas marcas de protesto em algumas das paredes da faculdade. Sobre o festival, Latuff declarou, entre outras coisas, que: “Como erva daninha brotando nas calçadas, ressurge a violência reacionária, contra seguimentos da sociedade e do movimento social. A mídia presta valioso serviço ao Estado, glorificando a repressão, seja através do cinema ou de programas sensacionalistas na TV. Nestes tempos de retrocesso, de situações que pensávamos já superadas, é preciso uma resposta firme e organizada, como esta promovida pelos estudantes da UNESP de Marília, uma resposta militante não só ao infame "Rodeio das Gordas" como também ao autoritarismo daquela reitoria.”
Ao todo, tocaram cerca de 20 grupos, que foram acompanhados por atividades circenses, apresentações de dança, grafitte, com novamente mais de 500 pessoas circulando durante toda a noite.
Apesar dos limites impostos pela falta de tempo e pela postura proibitiva da direção da universidade, o festival conseguiu atingir seu objetivo. Que era, primeiro, o de repudiar o “rodeio das gordas” e o projeto de universidade que cria as condições para que casos de agressão como esses aconteçam cotidianamente. Segundo, o de permitir que o que ocorreu não seja esquecido, dando continuidade à campanha contra o machismo, a homofobia, o racismo e todas as formas de opressão. E também mostrar que o movimento estudantil pode construir ambientes de socabilidade e de confraternização que procuram ser livre de preconceitos, diferente do que são as festas universitárias em geral. Além do mais, possibilitar à população e à comunidade acadêmica a liberdade de utilização dos espaços públicos da universidade. Este festival foi também um grande grito contra todas as formas de opressão que vem se expressando pelo país com uma onda de ataques homofóbicos, racistas e machistas.
Sabemos que na luta contra a opressão teremos que nos enfrentar com os setores mais conservadores da sociedade que legitimam relações sociais que queremos desconstruir. E, infelizmente, cada vez temos mais clareza de que a reitoria da Unesp, apesar de tentar dizer o contrário, se encontra nesse campo adversário. Primeiro foi a tentativa de intimidar a atual gestão do DCE com uma notificação em que ameaçava “punir nos termos da lei” alguns membros porque denunciávamos na declaração do DCE em repúdio ao “rodeio das gordas” a conivência das direções e reitorias da UNESP pelos vários casos de opressão que, voltamos a repetir, fazem parte do cotidiano de nossas universidades. O descaso e o boicote em relação à organização do Festival também evidenciam isso. Diversas vezes procuramos as diretorias de cada campus e a reitoria para pedirmos que no mínimo nos auxiliassem no transporte das centenas de estudantes que se interessaram em ir para o festival.
de não liberarem nenhuma ajuda neste sentido, nos responderam com ameaças constantes de punição caso levássemos a organização do evento até o fim (leia nota do DCE no blog: http://dceunespfatec.blogspot.com/2010/12/nota-do-dce-daunesp-fatec-imprensa.html). A Reitoria chegou ao absurdo de mentir para a imprensa dizendo no sábado pela manhã que o festival não tinha acontecido e que as portas do campus de Marília estariam fechadas (http://www1.folha.uol.com.br/saber/840804-acesso-ao-campus-de-marilia-da-unesp-estara-fechado-neste-fim-de-semanadiz-reitoria.shtml), quando na verdade só na sexta-feira mais de 500 pessoas participaram do festival. Enquanto isso, o reitor Herman e seus assessores se negam a averiguar até o final as agressões e a punir os mais de 50 agressores do INTERUNESP.
Apenas um processo administrativo foi aberto apenas no campus de Assis contra dois agressores e as informações sobre o andamento do processo - cujos depoimentos sequer são divulgados - é de que ele terá fim no dia 27 de dezembro, momento propício para que tudo acabe em pizza.
Sabemos que, por outro lado, não faltam medidas punitivas e repressivas a todos aqueles que se colocam contra esse projeto opressor elitista de universidade, como os 20 processos de expulsão à estudantes da USP, 16 contra os estudantes da moradia retomada e 4 contra estudantes que participaram das lutas contra os decretos de José Serra em 2007. Da mesma forma se deram recentemente sindicâncias a estudantes da Unesp de Bauru e da UNICAMP, além de demissões de funcionários e sindicalistas, como do Fred em Franca e do Brandão do Sintusp. Ou seja, trata-se de uma política repressiva das reitorias das três universidades estaduais paulistas, sob jugo e acordo do mesmo governo estadual e do mesmo projeto de educação, fator comprovado quando analisamos a seqüência com a qual os ataques à educação pública acontecem nas 3 estaduais. Portanto, se de um lado o que vemos é conivência das reitorias a agressores do “rodeio das gordas”, aos homofóbicos e aos machistas, do outro é repressão imediata aos que lutam por uma universidade aberta ao conjunto da população, de qualidade e realmente democrática.
Vemos como tarefa fundamental para o movimento estudantil da UNESP, em especial do próprio DCE (Diretório Central dos Estudantes) - que a partir do festival dá passos importantes em demonstrar sua capacidade política real e de mobilização - organizar uma ampla e combativa Calourada Unificada, como maneira de seguirmos nossa luta pela transformação real da universidade e contra qualquer manifestação de opressão dentro ou fora das universidades - como os novos casos de agressão a homossexuais na Avenida Paulista que ocorreram no domingo à noite e aos quais manifestamos nosso completo repúdio.
Chamamos todas as entidades do movimento estudantil combativo, em primeiro lugar a ANEL da qual fazemos parte, a impulsionar calouradas com este conteúdo questionador dos trotes e do vestibular, fortalecendo a luta contra a opressão a partir do movimento estudantil, que foi a tarefa que nos demos com essa campanha contra o “rodeio das gordas” e com o festival. Para o movimento estudantil da Unesp, acreditamos que foi mais um importante passo no sentido de forjar uma nova tradição no movimento estudantil, que seja não somente combativo, próoperário e anti-burocrático, mas também contra a opressão dentro e fora da universidade.
E é dentro dessa perspectiva que reivindicamos o apoio de diversos sindicatos, organizações e entidades estudantis à realização desse Festival, como foi o caso da ADUNESP Central, ADUNESP de Marília, LER-QI, APROPUC, DA da Fafil FSA, SINTUSP, Sindicato dos Metroviários, Sindicato dos Químicos de Marília, CEUPES, Apeoesp de Marília, entre outros, assim como o apoio financeiro de dezenas de professores de Rio Preto, Rio Claro e Franca por meio de doações. Esse festival só foi possível devido a união do movimento estudantil, destas organizações e de todos os setores que divulgaram e apoiaram por meio de moções e ações a sua realização. O seu sucesso é a demonstração de como podemos combater os projetos privatistas, elitistas, repressivos e opressores das reitorias e do governo do Estado com a construção de um novo movimento estudantil que, junto dos trabalhadores, professores e intelectuais, impulsione uma ampla campanha democrática por um novo projeto de universidade, não elitista, não racista, realmente democrático e aberto a toda a população. Por fim, queremos dar uma saudação especial a todos os estudantes que estiveram presentes, e todos aqueles que apoiaram nossa iniciativa mas não puderam estar presentes, a junto conosco construir um festival ainda maior e mais forte no próximo ano, trazendo a arte cada vez mais próxima na luta para fortalecer um amplo movimento democrático contra a opressão dentro e fora da universidade, uma luta ligada ao questionamento do projeto de universidade que vem sendo implementado e contra a repressão aos que lutam.

9 de dezembro de 2010

ATO DAS UNIVERSIDADES EM LUTA!

O DCE da Unesp e Fatec convida a todas e a todos os estudantes a participarem do ato unificado das universidades em luta, na próxima sexta.

CONTRA OPRESSÕES E REPRESSÃO DENTRO E FORA DA UNIVERSIDADE!Gênero, étnica, social, liberdade de expressão
PELO FIM DO VESTIBULAR E POR EFETIVAS POLÍTICAS DE PERMANÊNCIA ESTUDANTIL!CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO!CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO: Pela incorporação imediata dos terceirizados!QUE A JUVENTUDE E A CLASSE TRABALHADORA NÃO PAGUEM PELA CRISE!

CONTRA AS OPRESSÕES às mulheres, aos negros, aos homossexuais, aos nordestinos, aos desfavorecidos economicamente, e a todos aqueles que são submetidos a ondas de desrespeito, de qualquer ordem. Mesmo nas Universidades, os “centros do saber”, a ignorância, o preconceito e a discriminação compõem ondas de violência; basta observarmos o fatídico evento chamado “rodeio das gordas”, em que estudantes eram humilhadas e agredidas por outros estudantes. Diante dos casos de agressão física e moral à homossexuais em festas na USP e UNESP e, também, em plena Avenida Paulista, a direção do Mackenkie declara seu apoio à continuidade da barbárie colocando-se contra a criminalização da homofobia. Igualmente, elementos dos setores mais reacionários da sociedade, fortalecidos, continuam garantindo os índices de dezenas de negros, mulheres e homossexuais mortos todos os dias no Brasil. Não aceitaremos calados tamanhos absurdos! Expressamos nosso total repúdio aos agentes de opressão. Assim sendo, lutaremos ao lado e pela organização desses setores, historicamente oprimidos e inferiorizados. FIM DAS OPRESSÕES! PELA IGUALDADE E O RESPEITO!

CONTRA A REPRESSÃO política e de toda a ordem. Sabemos que a repressão não é um fim em si: Ela está a serviço de um objetivo; é um meio. Historicamente, o Estado brasileiro - a serviço dos mais ricos - e seus agentes nos governos, nas Reitorias, nas periferias, etc., sempre se utilizaram da repressão como um “meio”, para tentar suprimir os gritos de rebeldia daqueles mais explorados pelo sistema de servidão que se perpetua. Hoje, na USP, 21 estudantes, que ocuparam um espaço, buscando moradia, e ocuparam a Reitoria, em 2007, buscando autonomia e uma USP mais PÚBLICA e menos PRIVADA, estão sendo acusados e condenados, sob um decreto da ditadura (1971), por um só crime: QUESTIONAR. No mesmo sentido repressor, vemos Alckmin criar uma delegacia que trata dos “crimes contra a organização do trabalho”- ou algo assim-, a qual, hoje, processa criminalmente muitos dos diretores do sindicato de trabalhadores da USP, os quais, historicamente, lutaram para que o vestibular acabasse, e o povo tivesse acesso à educação. Isso sem falar no ataque ao direito de greve que, no primeiro semestre, com greve na USP, expressou-se na tentativa de corte de salário de 1000 trabalhadores. E ainda há o núcleo de consciência negra que existe há 23 anos na USP e corre o risco de ser demolido e perder seu espaço físico. Na Unicamp, o IFCHSTOCK, festival de caráter político-cultural, é barrado, bem como toda e qualquer manifestação artística, por via da força policial. Na UNIFESP, vimos a truculência da repressão em Guarulhos e da PM no Ato realizado em frente à Reitoria: Reivindicávamos condições dignas na Universidade e, numa tentativa pacífica de diálogo coletivo com o Reitor, ganhamos spray de pimenta e cassetetes. Nos atos da Unesp contra a opressão, a reitoria achou por bem “garantir” nossa segurança com a tropa de choque. Houve também as ocupações da tropa de choque na PUC e Fundação Santo André, há algum tempo. Isso não acontece somente nas Universidades, das quais a maioria da população trabalhadora está de fora: Sabemos qual é o tipo de atenção e relevância dada aos moradores de rua, às periferias, professores em greve, para o povo pobre e a classe trabalhadora. Um exemplo disso é o que se passa, hoje, no RIO. Policiais militares INVADEM o Complexo do Alemão - assim como militares tomam o Haiti -, com a “autoridade” de invadir a casa, reprimir, assaltar, além de estuprar mulheres, até matar quem quer que seja considerado um suspeito criminoso, fazendo com que abusos à população sejam práticas recorrentes da polícia e exército. Também, numerosos são os relatos de violência contra os trabalhadores, e 50 mortes já são confirmadas. A repressão se liga às opressões de maneira gritante; vemos que os que mais sofrem com ela são os negros e as mulheres, maioria da população. PELO FIM DOS PROCESSOS A ESTUDANTES E TRABALHADORES, AÇÕES ESTAS QUE VISAM A NOS CALAR. PELO FIM DA REPRESSÃO POLÍTICA, RACISTA E DE TODA ORDEM!

PELO FIM DO VESTIBULAR E POR EFETIVAS POLÍTICAS DE PERMANÊNCIA ESTUDANTIL, O vestibular é um filtro social. Sabemos que, com pouquíssimas exceções, os que conquistam uma vaga na universidade pública são os que tiveram a possibilidade de não trabalhar, cursar um ensino médio pago e fazer cursinho pré-vestibular, enquanto aos filhos da classe trabalhadora, que não tem acesso a um ensino básico de qualidade, lhes resta pagar uma universidade particular, quando conseguem. Não podemos aceitar que a prioridade do Estado seja outra que não a de garantir os direitos mais básicos da população; a educação é um deles e deve estar disponível a todos. A classe trabalhadora merece ter-se livre de ver seus filhos submetidos à exclusão proveniente do não-acesso à formação de nível superior. Mais importante: O acesso ao conhecimento é ferramenta a ser usada para que a sociedade use a favor das mudanças às quais almeja. Igualmente, precisamos reivindicar as condições para o estudo. Nossa sociedade é desigual e a maioria da população, sem auxílio, não teria como cursar uma Universidade. Na UNIFESP, por exemplo, há falta de moradia, restaurante universitário, de bolsas auxílio. A falta de permanência estudantil atravessa Universidades públicas de todo o País. Estabelece-se, então, um segundo Filtro: O dos que conseguem se manter nas universidades comprando livros, materiais, transporte, moradia, refeição. Sendo assim, a Universidade deve oferecer condições de ingresso no ensino superior pela via das ações afirmativas de cunho étnico-racial com recorte social, de modo a diminuir a exclusão social existente hoje no sistema de ensino superior e rumar para a extinção do vestibular. Só assim poderemos dar passos concretos na transformação do papel da educação.

CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO; A educação é um direito básico, entretanto, os grandes empresários e os governos, a serviço do projeto burguês de educação, insistem em tentar transformá-la numa Mercadoria. Isso é claro quando vemos o número de faculdades privadas e o número de públicas. A transformação dos direitos básicos em mercadoria faz com que grande parte da população não tenha a possibilidade de obtê-la, e garante que apenas os mais abastados tenham acesso pleno a tais recursos. Ela também garante um maior lucro aos empresários por via das pesquisas e mensalidades. O Objetivo não é, então, a educação, mas sim o lucro. A contradição é que todos pagam impostos, sobretudo, os mais pobres, e somente os mais ricos têm pleno acesso e se beneficiam do conhecimento produzido. Assim, a produção intelectual não cumpre uma função social efetiva. Temos de lutar pela gratuidade e pelo caráter público do acesso à educação. PELO FIM DA MERCANTILIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS. EDUCAÇÃO, SAÚDE, MORADIA e TRANSPORTE GRATUITO PARA TODOS!

PELO FIM DA TERCEIRIZAÇÃO e pela efetivação dos terceirizados; A terceirização tem-se demonstrado um dos principais ataques aos trabalhadores nestas últimas décadas e uma dos meios utilizados para o sucateamento da universidade, já que se observa uma alta rotatividade dentre os trabalhadores terceirizados e a divisão destes enfraquecendo sua luta. Ela oprime, divide, explora e escraviza. Comuns são os casos de trabalhadores com jornadas de trabalhos de mais de 8 horas- não recebem sequer hora-extra-, recebendo um salário miserável, às vezes nem 1 mínimo, com direitos trabalhistas quase inexistentes e com a possibilidade de organização política fortemente reprimida. É também a concretização da máxima: “Dividir e conquistar”, já que os efetivos estão e se veem separados dos terceirizados. Essa é uma forma de garantir lucros para os empresários às custas dos mais pobres. Lutemos para barrar tal ofensiva e, como mínimo, incorporar os terceirizados precários aos quadros de funcionários efetivos, com direitos garantidos.
PELA INCORPORAÇÃO DOS TERCEIRIZADOS; PELO FIM DA TERCEIRIZAÇÃO.
QUE A JUVENTUDE E A CLASSE TRABALHADORA NÃO PAGUEM PELA CRISE
: A Crise Mundial iniciada em 2008, com a quebra dos bancos nos EUA, agrava-se ainda em todo o mundo, sobretudo na Europa. Os Estados, endividados devido ao salvamento das grandes empresas, buscam recompor as finanças às custas dos direitos dos trabalhadores. Aposentadoria, educação, saúde, moradia: Tudo isto está sendo submetido, como vemos na Grécia, Inglaterra, Espanha, Itália, etc. O desemprego aumenta. Ao mesmo tempo, Dilma já diz que irá realizar uma reforma da previdência e cortes de gastos públicos no ano que vem. A crise se aproxima; sigamos o exemplo dos estudantes e trabalhadores da Europa. Digamos NÃO e lutemos até o fim por nossos direitos; e mais: Que os capitalistas paguem a crise! Precisamos construir uma nova tradição de luta no movimento estudantil, aliando-nos aos trabalhadores e tomando as ruas em todo o País. Esse é um passo inicial. SIGAMOS!

A concentração será no vão do MASP, dia 10/12/2010, a partir das 17h. Seguiremos às 18h, na Avenida Paulista.

Você que estiver na cidade de São Paulo neste dia, não deixe de comparecer e ajudar na construção deste ato!

Mais informações sobre o ato (e transporte para as pessoas do interior):
dceunespfatec@gmail.com