9 de janeiro de 2011

DCE “Helenira Rezende” da UNESP/Fatec: chamado ao CONEB e à UNE


Há 16 anos o estado de São Paulo é governado pela corja reacionária do PSDB/DEM e duas décadas estamos prestes a completar como resultado das últimas eleições. Como nossas universidades públicas são dominadas por uma burocracia acadêmica completamente atrelada a essa corja, inclusive tendo seus REItores indicados a dedo pelo governador, o projeto de desmanche privatista dessas universidades avança a largos passos, exatamente conforme os anseios mais neoliberais. Assim vemos avançar a substituição de cursos presenciais por outros à distância e também de funcionários e professores concursados por precarizados temporários e terceirizados. O ano de 2011 mal havia começado quando o atual REItor da USP já mostrou como não dorme em serviço e demitiu logo cerca de 270 trabalhadores.

Essas demissões a reitoria tentou justificar pelo fato de serem aposentados que ainda exerciam sua função, mostrando quanto distante da realidade brasileira estão os que guiam os rumos das universidades, pois não é preciso grande esforço para saber que graças às reformas na previdência levadas adiante por FHC, Lula e agora Dilma, impõe-se aos aposentados (pessoas que já venderam sua mão-de-obra durante toda uma vida) a necessidade de continuarem trabalhando para complementar a sua renda.

Ao dirigirem os principais centros de produção de conhecimento do país ao atendimento dos interesses de grandes empresários, quem sobra e sofre é a população pobre e a classe trabalhadora. Situação trágica que mais uma vez comprova isso é a recente catástrofe no RJ, com mais de 300 mortos por deslizamentos na região serrana. O estado do RJ possui um importante centro de estudos e produção de conhecimento sobre geologia e planejamento urbano, mas que sob o controle de uma burocracia acadêmica atrelada às demandas do mercado nada poderá fazer para prevenir novas mortes na mesma época do ano e pelas mesmas razões já conhecidas.

O governo Lula, bem como sua sucessora Dilma, não se distanciam dessa perspectiva sobre o caráter da produção de conhecimento. Com sua política de favorecimento do setor privado, comprando vagas ociosas na forma de oferta de bolsas (PROUNI), Lula deixava claro quem deve ter acesso aos “centros de excelência” do conhecimento do país (as elitizadas universidades públicas) e o que destinava à juventude trabalhadora – as altas mensalidades das universidades privadas.

Diante desse cenário de demissões e tragédias, resta aos estudantes combativos uma saída independente que aponte a luta por outro modelo de universidade, a serviço e acessível para toda a população pobre, juventude e classe trabalhadora. Acreditamos, apesar de nossas diferenças com a UNE, que essa entidade também é composta por muitos estudantes que concordam com o que estamos dizendo e por isso fazemos esse chamado: que o CONEB e as entidades aqui presentes, inclusive a UNE, votem propostas concretas de solidariedade às vítimas da catástrofe no RJ e que também manifestem seu repúdio às demissões na USP!

Nós, membros do DCE “Helenira Rezende” da Unesp votamos em nosso último congresso a construção da Anel (Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre) como ferramenta de organização nacional dos estudantes combativos e é com essa perspectiva que hoje também nos colocamos a tarefa de construção do 1º Congresso dessa entidade, ainda neste primeiro semestre.

Por uma educação pública gratuita, de qualidade, à serviço da classe trabalhadora e da população pobre!

Total solidariedade às vítimas da catástrofe no Rio de Janeiro: que este fórum organize estudantes em ação direta para ajudar os moradores!

Contra as demissões na USP: que o CONEB, as entidade presentes e a UNE se manifestem em defesa dos trabalhadores!

Diretório Central dos Estudantes da Unesp/Fatec “Helenira Rezende”

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